Introdução ( Exu)
A condição de Exu na Umbanda, tanto como orixá quanto como espírito, condiz com a figura do mensageiro, do "Povo de Rua", e é bastante controversa. Nas casas mistas e na Umbanda de Nação, ele é cultuado como Orixá, mas na Umbanda tradicional, é tratado como espirito, a serviço dos falangeiros, mas pouco evoluído, ligado à materialidade e ao mundano. Assim, esta é uma das entidades mais controversas, pois, dados o seu caráter de ação material e sua natureza fanfarrona e vingativa, Exu foi tomado em sincretismo, pelo Diabo. Essa associação fica explícita em trecho de canções como:
A porteira do Inferno estremeceu
E o povo corre para ver quem é
É a Rainha Pombagira
"Seu" Tranca-Rua, Sete Encruza e Lúcifer.
Todos os nomes citados são relacionados a Exu e sua atuação, exceto o de Lúcifer, o anjo caído precipitado aos Infernos no Gênesis da Biblia católica. Outro fator que colabora para essa visão são os instrumento de Exu Orixá: o ogó (uma espécie de porrete, com forma fálica, com o qual Exu protege as Encruzilhadas e pune aqueles que violam suas normas) e os tridentes (associados com o tridente com o qual o Diabo castiga as almas no Inferno, mas que, na verdade, nada mais é que a simbologia dos caminhos de Exu, os milhares de caminhos para onde ele pode ir).
Exu Orixá, na Umbanda, tem um culto muito restrito. As entidades que servem a seus fins, Exus de rua e Pombagiras, é que acabam por realizar suas funções. Na Umbanda, não se manifesta o própio Orixá, mas sim seus mensageiros, espíritos que vem a terra para orientar e ajudar.
Quando incorporam, alguns se caracterizam com capas,cartolas,bengalas ( masculinos), e saias rodadas,brincos,pulseiras,perfumes e flores ( femininos, também chamados de Pombagiras). Não é necessário, contudo,
Que os médiuns se valham dessas vestimentas e artifícios para Exu. Cada terreiro trabalha de uma forma diferente, alguns centros uniformizam a roupa dos
Médiuns, onde todos vestem branco, por exemplo.
Encontramos aqueles que creem que os Exus são entidades ( espiritos), que só fazem o bem, e outros que creem que eles podem também ser neutros ou maus. No entanto, a maioria das pessoas, e até mesmo dos médiuns e dirigentes, não têm uma ideia muita clara da natureza da(s) entidade(s), quase sempre, por falta de estudo da religião.
Os Exus não devem, portanto, ser confundidos com os obsessores, apesar de ficarem sob o seu controle e comando os espíritos atrasadíssimos na evolução e que são orientados por eles para a caridade e o trabalho do equilíbrio. Há algumas diferenças na maneira de ver Exu no Candomblé e na Umbanda. No primeiro, Exu é como os demais Orixás, uma personificação de fenômenos naturais.
Já a Umbanda vê os Exus não como deuses, mas como uma entidade que busca iluminação por meio da caridade. Em síntese, o grande agente mágico de equilíbrio universal.
É preciso dizer, também, que os trabalhos malignos (os tão famosos "pactos com o diabo") para prejudicar seriamente algo ou alguém, por exemplo, não são acordos feitos com os Exus, mas com os Kiumbas que agem de maneira inescrupulosa e oculta e que não estão sob a orientação de nenhum Exu, fazendo-se passar por um deles, atuando em terreiros que não praticam os fundamentos básicos da Umbanda.
Os Exus são confundidos com os Kiumbas, mas esses últimos são, na verdade, espiritos trevosos ou obsessores, desajustados perante a Lei, que provocam os mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, desde pequenas confusões, até
As mais duras depressões. São espíritos que se comprazem com a prática do mal, apenas por sentirem prazer ou por vingaças, calcadas no ódio doentio. Esses espíritos, que usam indevidamente o nome de Exu, procuram realizar trabalhos de magia dirigida contra os encarandos. Na realidade, quem está agindo é um espírito atrasado. É justamente contra as influências, o pensamento doentio desses feiticeiros improvisados, que entram em ação o verdadeiro Exu, atraindo os obsessores, cegos ainda, e procurando trazê-los para suas falanges, que trabalham visando à evolução.
É necessário também falar um pouco sobre a Pombagira, uma entidade feminina que trabalha na Umbanda na Linha de Esquerda e é quem tem, em sua
Atuação central, a sexualidade e a magia. Sua natureza é bastante extrovertida, e elas trabalham com seriedade e ética. Sendo por vezes , ainda melhores que os Exus para alguns assuntos, especialmente relacionados a casamento e família, já que não raro foram mães e filhas que aprenderam de forma dura a dar valor a isso.
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